A Rede Social mais Usada e as Tendências para 2023



Tratei sobre as mudanças recentes do Instagram em outro post, e tem tudo a ver com o que direi aqui. Contudo, são apenas observações do panorama atual. Farei um estudo melhor sobre quais poderiam ser as tendências para o próximo ano em uma postagem no mês que vem, com outros argumentos. Então, já é um início sobre o tema, mas, esse artigo não deve ser considerado como conclusivo. Porém, certamente, o que direi aqui, já faz parte das tendências para o próximo ano. Dito isso, vamos lá!

Olhando Para as Redes Sociais

Quando você pensa em redes sociais tem algumas que já vem em sua mente automaticamente. Provavelmente a que você mais usa acaba sendo a imagem que aparece primeiro. Porém, ultrapassando a experiência individual, as redes sociais acabam tendo desempenhos diferentes em diferentes comunidades e países. Um exemplo, é o WhatsApp que tem muito mais popularidade no Brasil do que nos Estados Unidos. Por outro lado, algumas redes foram crescendo tanto que acabaram por se tornar universais. E o grande gigante das redes sociais é o Facebook. Ainda hoje, o Face é a rede social com maior número de usuários ativos (2,91 bilhões). Ele cresceu tanto que chegou no limite de usuários mundiais, ou seja, o Facebook não consegue mais manter o ritmo de crescimento simplesmente por não terem mais seres humanos suficientes para fazerem novos perfis. Razão pela qual o valor das ações da empresa Meta caíram no final do ano passado.

Frente a isso você deve estar se perguntando, "mas o Facebook não estava morrendo?". De fato, no Brasil, as pessoas estão gastando menos tempo nessa rede social, apesar dos perfis estarem ativos. E tem outro gigante que tem conquistado o precioso tempo e atenção das pessoas, o Youtube. Além de ser a segunda rede social com mais usuários ativos (2,56 bilhões), é onde as pessoas gastam mais o seu tempo. 
Entretanto, quero fazer uma reflexão sobre essas duas redes sociais gigantes de hoje. Eles começaram a se popularizar no meio dos jovens e adolescentes. Foi assim com o Facebook, um projeto universitário; e com o Youtube, que fez famosos como Whindersson Nunes e Felipe Neto numa audiência teen. Nessa época, grande parte dos internautas estavam se socializando no Orkut, MSN e por aí vai. Quando olhamos para o inicio do Instagram, a mesma inferência ocorre - a maioria das pessoas estavam postando fotos no Flickr, Picassa, e os adolescentes/jovens indo para o Insta. Talvez então, possamos dizer que, em termos de redes sociais a galera mais nova acaba fazendo um tipo de tendência. 

A Tendência Social na Juventude -

Foi realizado um estudo* nos Estados Unidos, no primeiro semestre desse ano, entre adolescentes, que revelou alguns dados já esperados. A pesquisa aponta o Youtube como rede social preferida entre os eles, seguida pelo TikTok e Instagram. 


O TikTok teve um crescimento muito grande no ano passado, e apesar de ter a metade de usuários ativos do que o Instagram, ultrapassou o volume de uso da rede social do grupo Meta. O que parece estar se mantendo nesse ano. E não foi só o Instagram que caiu entre os adolescentes, o Facebook também (e muito). Porém, as mudanças no cenário da mídia social desde 2014-15 vão além da ascensão do TikTok e da queda do Facebook. O Twitter e o Tumblr tiveram uma queda de uso pelos adolescentes. Outro fator interessante na pesquisa são as redes sociais que não existem mais e estavam presentes na versão anterior da pesquisa (Vine e Google+).

A pesquisa contemplou o quanto os adolescentes usam as principais plataformas online: YouTube, Tiktok, Instagram, Snapchat e Facebook. Do total, 35% dos adolescentes dizem que estão usando pelo menos uma rede "quase constantemente". Os adolescentes que usam o Tiktok e os do Snapchat são os que gastam mais tempo nas redes, seguidos pelos usuários do YouTube. Um quarto dos adolescentes que usam Snapchat ou Tiktok dizem que usam esses aplicativos quase constantemente, e um quinto dos usuários adolescentes do YouTube diz o mesmo. Ao olhar para os adolescentes em geral, 19% dizem que usam o YouTube quase constantemente, 16% dizem isso sobre Tiktok e 15% sobre o Snapchat. Fica um alerta aqui, pois, o uso excessivo das redes sociais pode causar muitos males, inclusive depressão. O estudo ainda aponta que o maior uso é via smartphone, seguido por laptops e consoles.

Tendências Para 2023

O que esperar de 2023? Parece cedo pra falar disso, mas, tudo indica uma forte tendência das redes que privilegiam vídeos. Nesse contexto, o YouTube é rei e o TikTok a novidade. Ou seja, aquilo que já é uma realidade no meio dos adolescentes deve se ampliar. Mas, e o Instagram? Ele está lá, ativo, importante, brigando com todas as suas forças pela atenção do usuário. Como disse em outro artigo, o Insta está se reinventado para lutar com o concorrente. Apesar que acho difícil o Instagram conquistar os adolescentes, essas ações pelo menos irão manter os usuários atuais, que não é pouca coisa (2 bilhões). Outro ponto que confirma essa tendência é o Snapchat. Ou seja, mais uma plataforma de micro vídeos. Dessa forma, creio que conteúdo em vídeos continua como tendência, com destaque para o Youtube.

Ainda sobre tendências, temos os podcasts que vieram com muita força no ano passado e continuam em alta. Acredito num crescimento ainda maior dessa mídia para 2023. E se você ainda não está usando Inteligência Artificial, recomendo uma olhada no assunto, que já parece estar invadindo as redes sociais. Mas, isso é papo para outro artigo! 

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*Fonte: https://www.pewresearch.org/internet/2022/08/10/teens-social-media-and-technology-2022/

O Instagram e Suas Novidades

Todos os usuários já sabem, ou pelas notícias ou pela experiência, que no final de julho o CEO Adam Mosseri anunciou atualizações e mudanças no Instagram. O vídeo postado em seu twitter - que parecia ser uma resposta a uma repercussão negativa, mas, explicado posteriormente que não - trazia informações de grandes mudanças e o rumo que o aplicativo teria. Esperei um pouco mais para ver se alguma outra novidade aterrorizante surgiria, mas ainda não surgiu (graças ao bom Deus!), e o que Mosseri falou vem acontecendo mesmo.

Novidades Amargas

Todos os usuários mais antigos do Instagram já sabem que o aplicativo está em constante mudança. As quais nem sempre são muito significativas, mas, de vez em quando sim. Nesse caso atual, foram muito significativas, pois as alterações não aconteceram apenas no layout ou pequenas funcionalidades, mas, chegou a nível do algoritmo.

A mais perceptiva delas, e que causou uma gritaria, foi o aplicativo incorporar um "estilo Tik Tok" de ser, explico melhor abaixo. Antes de falar das mudanças em si, gostaria de lembrar que tais mudanças trouxeram um impacto global. Como foi o caso da publicação da fotógrafa Tati Bruening, na qual protesta contra a “TikTokização” da rede. O post dela viralizou mais a partir do compartilhamento das modelos e empreendedoras americanas Kim Kardashian e Kylie Jenner (orgânico funciona). 
O protesto surgiu após a expansão da mudança mais recente e radical do feed, página inicial da rede onde são mostrados conteúdos de contas seguidas pelo usuário e sugestões de conteúdos semelhantes - que agora são mostrados em tela cheia, com maior foco em cada publicação, semelhante ao feed do TikTok.

Essa reação é totalmente compreensível, principalmente quando entendemos que há um impacto profissional (e não apenas na experiência dos usuários). Estou falando de fotógrafos, social media, influenciadores, e outros profissionais que utilizam a rede para o seu ganha pão. Imagine aqueles que fizeram o planejamento de mídia para um mês do conteúdo de dez clientes, achou que ia dormir mais tranquilo, mas, ao acordar percebeu que terá que refazer tudo novamente. A angústia e desespero foi grande nesse momento. Especialmente porque o planejamento vem depois de diagnóstico, pesquisa, braistorms, muita reza, enfim, aquela vontade de morrer bateu forte. Vou um pouco além, influenciadores que fizeram belas imagens de eventos e viagens, de repente descobrem que o esforço pela selfie perfeita valeu pouco. Não tem como voltar no tempo e fazer um vídeo ao invés de foto. Ou seja, só queria me solidarizar e dizer que a gritaria foi muito justificada. Mas, vida que segue. Vamos entender um pouco melhor essa mudança no feed abaixo.

Tik Tok Algoz?

Como foi dito, parte das mudanças é para que o Instagram se pareça mais com o seu rival Tik Tok. O aplicativo chinês cresceu muito no mundo todo e tornou-se a "rede social" mais utilizada no mundo em 2021, e não está diferente nesse ano. Ele se popularizou especialmente entre um percentual considerável da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e Millenials. E porque deu tão certo? O Tik Tok, muito mais do que apostar em vídeos, entrega esse conteúdo de uma maneira e em uma interface muito diferente. Ele faz os algoritmos funcionarem em dois caminhos: um de gratificações rápidas e outro quando a plataforma gera um autoplay. Assim, se você viu uma dancinha e deu like, ao arrastar vem outra, e outra, sem precisar clicar em mais nada, e como são vídeos curtos, você acaba assistindo e ficando lá. Isso explica um pouco do porquê ele é tão viciante (tem outras razões, claro!). Ou seja, ele foi feito para a pessoa ficar presa querendo ver mais conteúdo. O fato é que hoje o Tik Tok é líder, e muitos anunciantes começaram a migrar para ele, ou pelo menos a considerá-lo (se você vende algo e não está lá, deveria considerar). Em outras palavras, para os concorrentes, isso significa guerra!

Metamorfose Ambulante

Contudo, já o Instagram, apesar de suas mudanças, não tem o mesmo DNA do Tik Tok (ainda). Ele foi comprado pela Meta (Facebook Inc. na época), e de uma espécie de Flickr (aplicativo de armazenamento de fotos) incorporou as habilidades sociais e de conexão do Facebook. Mais tarde, com o sucesso do Snapchat, ele incorporou habilidades de vídeos, os conhecidos stories. Chegou a ter poderes de streaming para se parecer com o Youtube (rede mais acessada em 19 e 20) (lembra do IGTV?), e agora mira no Tik Tok. Como foi dito, ele está sempre "modernizando". Veja o que aconteceu com o seu feed e como isso afeta a experiência.
  • Alcance - A principal mudança, e a mais criticada, está relacionada ao alcance das postagens. Assim, se você postar uma foto e um vídeo, o vídeo terá um alcance maior do que a foto (eu testei). Ou seja, ele chega a mais pessoas. É comum que os profissionais da área se sintam prejudicados pela diminuição do alcance, mas é errado associar isso a uma suposta má vontade ou má-fé dos canais de mídia; há incontáveis variáveis que reduzem o alcance das publicações, entre elas a quantidade cada vez mais crescente de conteúdos que é veiculada diariamente nas redes sociais, e a forma como os conteúdos são distribuídos: o cálculo por relevância. De forma ilustrativa, o seu conteúdo terá um crescimento de alcance proporcional à quantidade de interações que ele recebe, logo, quanto menos interações você tiver, menor será o seu alcance, e quanto mais outros conteúdos concorrentes conquistarem a atenção do usuário para quem você poderia aparecer, pior para o alcance do seu conteúdo, que vai ficando para trás. Ou seja, entre um vídeo ruim e uma imagem boa, prefira a imagem, especialmente se ela gera mais engajamento. Mas, se o seu reels for no mínimo razoável, aí, é melhor o vídeo mesmo.
  • Recomendações Orgânicas - Agora também, o Instagram passou a recomendar postagens que não fazem parte das pessoas que você segue. Ele busca conteúdo semelhante ao que você curte em outras contas pelo mundo, e organicamente recomenda. E a sua postagem? Ela também pode ser recomendada, especialmente se ela teve engajamento e alcance (e se for vídeo).
  • Mais Vídeos - Reels e Storie ganham importância. Foi liberado nessa semana o storie de 60 seg., e o Reels ganha novas funcionalidades que antes havia apenas no storie. Quem produz mais vídeos é mais premiado, e o Insta está mostrando mais vídeos mesmo (reels reinam no feed).

Tendências e Implicações

Será que o Instagram está "pisando na bola"? Perdendo a sua essência? Será que ele vai morrer?
Conforme um relatório do Google, a retenção do público jovem é muito maior a vídeos curtos. Por isso, o YouTube criou o Shorts (vídeos curtos no formato do storie - tela de celular). Ou seja, o Insta está certo. Essa tendência tem sua comprovação empírica (você e eu somos prova disso) e científica (não vou falar sobre isso agora). Mas, todo produto tem sua vida útil, e pode ser que um dia o Insta deixe de existir. O que devemos nos lembrar é que as redes sociais ganham dinheiro com publicidade (anúncios). Dessa forma, são empresas que visam lucro, e só conseguem isso através de audiência. Sim, eles precisam que as pessoas gastem o precioso tempo na sua rede. Quanto mais tempo você fica numa rede social, mais anúncio você vê e mais dinheiro eles ganham. Então, ao ver parte do público gastar menos tempo no Insta e no Youtube e assistir dancinhas no Tik Tok, essas empresas trataram de trazer mudanças para prender a atenção das pessoas. Tipo, "é isso que você quer, toma!"

Claro que essas mudanças trazem implicações! Os produtores de conteúdo terão que mudar suas rotinas e produções. Pensar em roteiros, gravar, editar, passou a ser quase que obrigatório para se destacar nas redes sociais daqui pra frente. E não estou falando apenas de influenciadores não. Empresas acostumadas a postar fotos de seus produtos, deverão fazer vídeos. De preferência com alguma interação com o produto. 
Outra implicação tem a ver com o seu círculo social. Antes, o Insta privilegiava as suas conexões, amizades, sua "rede", para lhe mostrar conteúdo. Agora, é mais uma questão de tema, do tipo de coisa que você curte, assiste, e não quem. Ou seja, o seu conteúdo acaba concorrendo com o do mundo todo na sua audiência. Dessa forma, buscar engajamento com o seu público-alvo (local) torna-se mais importante ainda. Tipo, que tal avisar, via Messenger, a sua audiência sobre as suas postagens? Vai ter que melhorar o seu sistema de comunicação com sua audiência. Nesse ponto, o social media ganha importância.
Por último, uma implicação óbvia, planejamento e constância são ainda mais importantes na gestão do Insta de sucesso.

E aí, o que achou das mudanças no Instagram? Conta aí nos comentários! Ficou preocupado? Quer dominar técnicas e estratégias para o Instagram e outras redes sociais (Tik Tok)? Deixo de presente uma super recomendação de curso para atuar no digital. Confia em mim, vai te ajudar muito (nem que seja para ideias e referência). Clica no banner abaixo e confira!



As Mudanças No Trade Marketing


Em 2019 tive uma experiência muito positiva em consultoria para ampliar o marketing share de uma multinacional na área de ferramentaria para o interior do estado de Goiás. Fiz os diagnósticos necessários, pesquisas e tudo como manda o figurino. Contudo, ao visitar alguns revendedores da marca, percebi que os ponto de vendas não se utilizavam corretamente dos itens oferecidos pelo trade marketing da indústria. Esse era apenas um dos motivos da baixa participação no mercado, porém, foi algo que chamou a atenção.

Com algumas ações desenvolvendo projetos para a correta utilização dos itens, conseguimos aumentar bastante esse share e criar um maior envolvimento dos clientes com os lojistas e a marca. 

A pandemia chegou, as lojas fecharam as portas por um tempo, e muitos diziam que o varejo iria migrar de vez apenas para o digital. De fato, houve um aumento significativo, mas, essa afirmação era um grande exagero. Lá em 2019, o comércio digital representava apenas 5% do faturamento do varejo no país, já em 2021 essa taxa chegou a 11,6% - dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Com essa migração, percebemos muitas lojas físicas mudando a forma de se relacionar com os clientes, outras tornando-se híbridas e outras migrando de vez para o digital. Dessa forma, percebemos que uma ressignificação no trade está acontecendo nos pontos de venda físicos. Por exemplo, uma das estratégias apontadas na consultoria de 2019 foi criar eventos para experimentação dos produtos na loja, ao invés de apenas colocar um banner informativo. Incentivar o lojista a criar um relacionamento maior com o cliente e saber como ele está utilizando o produto adquirido. Proporcionar ao cliente final um canal de comunicação direto com o fabricante para tirar dúvidas. Ou seja, o trade mkt está passando de algo apenas visual para o relacional.

As lojas híbridas e totalmente online já começam a buscar o entendimento profundo do consumidor, insights, design de toda a jornada de compra. Entender melhor o cliente e suas necessidades, através dos canais de atendimento, de uma forma realmente mais eficaz, que chegue até a outra ponta, a produção. Ou seja, entendendo esse caminho de compra do cliente, o trade mkt pode se valer de elementos mais eficazes, tanto de comunicação, quanto de experiência do cliente. Óbvio que isso gera mais economia e assertividade. Enfim, parece que estamos vivenciando um trade marketing digital, que impacta tanto no PDV quanto no e-commerce.

Trabalhando hoje com uma empresa no ramo da educação, já percebi essa mudança. O departamento de trade mkt da franquia já trabalha todo o visual até de datas comemorativas, como o Dia das Mães, de forma digital. Antes, era algo limitado a fachada, manual de identidade e recepção. Então, a gente percebe que está dando muito certo, quando vemos pais e alunos compartilhando esses conteúdos. 

Portanto, essas mudanças no trade marketing são muito bem vindas. Que cada vez mais coloquem de fato o cliente e a experiência dele com a marca no foco. A pergunta que fica, porque isso não veio antes? Parece que havia uma relutância de mudar um modelo pronto, onde banners, bandeirolas, adesivos e plaquinhas, pareciam ser a única solução para se comunicar aos clientes. (Apesar que sempre gostei de bandeirolas). 

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