Uns anos atrás, por volta de 2012, ganhava força nas estratégias de branding o marketing de relacionamento. Agências de publicidade e profissionais de marketing logo aderiram à onda cada vez mais crescente. Nesse esforço, as empresas deveriam oferecer conteúdo de qualidade, responder aos comentários e contatos, provocar contato via newsletter e redes sociais, e assim, no médio/longo prazo fechar negócios e criar fãs. Ou seja, uma trabalheira boa!
Eis que surgiu então o outbound marketing. Uma abordagem direta e mais agressiva comercialmente, através de muitos anúncios. Era quase que o fim do Inbound. Termos técnicos como gestor de tráfego, ads, campanhas, ficaram comuns (e isso é um fenômeno), e os próprios clientes já os usavam. Assim, essa técnica trouxe benefícios, pela agilidade de resultados e praticidade, mas, os adeptos do inbound ainda torciam o nariz para ela. Pelo menos muitas pessoas começaram a entender que seguidor não é sinônimo de vendas ou engajamento.
Hoje em dia, inbound e outbound marketing estão de mãos dadas em muitas estratégias de marketing, porém, o primeiro volta a ganhar força e isso é uma grande tendência. Explico!
Newsletter
Ultimamente tenho notado um aumento nas inscrições de newsletters. Em um grupo que participo, outros colegas comentaram o mesmo. O velho e-mail marketing ganha nova força, especialmente com conteúdo útil para o leitor (e não somente propaganda ou novidades da sua empresa). E pasmem, as taxas de clique estão altas. O que significa, maior leitura de blogs. Ou seja, o conteúdo de qualidade atraindo a atenção da audiência.
Na verdade, a produção de conteúdos nunca deixou de ser uma estratégia boa. Mas, a enxurrada de anúncios trazia resultados mais rápidos, e muitos foram atrás dela, deixando a outra de lado. Mas, ultimamente há uma mudança nos resultados dos anúncios. Talvez seja pela saturação, pois com mais anunciantes o volume fica maior, ou simplesmente, as pessoas estão evitando o anúncio. Isso faz com que o clique fique mais caro para anunciantes, e a campanha tenha resultados menores.
Então você já entendeu a minha percepção, o engajamento orgânico aumentou, e o engajamento pago (anúncios) diminuiu.
Um exemplo simples do resultado que traz um bom conteúdo, é o engajamento do carrossel no Instagram. Mesmo o robozinho privilegiando (e muito) os vídeos, as pessoas ainda reagem aos carrosséis. Em alguns casos, com resultados tão bons quanto. ASsim, seja no e-mail, nas redes sociais, ou nos sites, o bom conteúdo está atraindo o internauta.
Ferramentas de Marketing
Atualmente existem quase 10 mil ferramentas de marketing na internet. Subdividas em 49 categorias, elas auxiliam profissionais de marketing, empresas ou usuários simples a organizarem e otimizarem sua vida digital. Em uma pesquisa feita na área de Martech (termo da junção de marketing e tecnologia), a respeito do crescimento do uso das ferramentas de marketing o resultado surpreendeu com o crescimento de ferramentas voltadas para o relacionamento. Enquanto todas as categorias no cenário martech experimentaram um crescimento nos últimos dois anos (pandemia), algumas cresceram mais rápidas do que outras. Foram destaques:
- Gestão: 67%
- Conteúdo e experiência: 34%
- Comércio e vendas: 24%
- Social e Relacionamentos: 17%
- Publicidade e promoção: 16%
- Dados: 7%
Funil de Vendas e Google Analytics
Você deve estar acostumado a ouvir o termo "funil de vendas" e logo pensa em, atrair o lead - converter em vedas. Ou seja, o marketing atrai, o comercial vende. Isso está mudando! Tá, eu sei que você começou a rir.
Quando você observa a jornada do cliente, e percebe que ele é cada vez mais atraído pelo conteúdo, e que daí pra frente você não tem "controle" dos passos dele, aí só lhe resta o relacionamento. Ou seja, você preparou um funil onde atrai com o anúncio, e o comercial pega o contato e faz a venda; mas, do anúncio o cliente vai atrás de mais informações sobre você. Ele abre seu site, sua rede social, procura informações, e então ele decide se vai lhe ouvir ou não. Aqui, ele simplesmente "sai" do seu funil, caso não sinta-se "acolhido". Nesse sentido, esse relacionamento pode ser mais cíclico do que linear. Pois, o prospect pode deixar as objeções dele justamente no direct, ao invés de esperar para falar com um vendedor; ou pode responder a newsletter; até deixar um comentário no blog. Dessa forma, a equipe de vendas deve andar junto com a equipe de marketing. A publicidade pode até cumprir o papel de chamar a atenção, mas, não terá o mesmo resultado do que ao juntar-se estratégias de relacionamento.
Outro indício de que os anúncios devem andar junto com relacionamento, são as mudanças nas ferramentas e tecnologia. Pensando nas leis de proteção de dados, e na questão do pixel e como os leads são trackeados, a Google trouxe a nova versão do Google Analytics, o GA 4. Mais do que uma atualização, ele tem uma forma toda nova de trabalhar, como se tivesse sido realmente reescrito. E isso está muito relacionado ao Tag Manager com seus containers, especialmente um chamado de "servidor" que muda a forma como os dados são captados e administrados. Apesar de ser um tema um pouco complicado (merece uma série de posts), a questão é que os anúncios e remarketing terão sua força reduzidas, necessitando de APIs de conversão, e um esforço maior do gestor de SEO para otimizar conversões. A fórmula mágica do outbound (anúncio + remarketing) sai perdendo a partir da metade de 2023. Então, é melhor chamar a atenção do cliente pro conteúdo também.
Conteúdo + Relacionamento
Portanto, é bom colocar conteúdos de qualidade em seu planejamento de marketing. A experiência do cliente com a sua marca deve ser enriquecedora. Assim, você irá engajar mais, ter melhores resultados e conseguir um crescimento com qualidade. Até mesmo seus anúncios e campanhas terão melhores resultados. Porém nada disso adianta se você não tiver uma boa retenção de público. Mas, vou falar disso em outro post.
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