Ainda nessa semana conversando sobre o ChatGPT e os testes que havia feito nele, cheguei a tocar no assunto do iminente impacto da inteligência artificial na educação. Como professor, sei que o uso da tecnologia tem sido muito usado pelos alunos, por vezes, incentivado até pela preguiça de pensar. Então, nessa semana, deparo-me com a notícia de testes realizados com a inteligência artificial em uma universidade dos Estados Unidos.
Trata-se de uma pesquisa realizada na Wharton School, universidade da Pensilvânia, liderada pelo professor Christian Terwiesch. A ideia era saber se o ChatGPT conseguiria um MBA da renomada faculdade de administração. E por incrível que pareça, a inteligência artificial do ChatGPT-3 (a versão atual é a 3.5) foi capaz de obter média "B" no exame final, passando nos testes. O bot só não tirou nota maior, pois, segundo o professor, “não é capaz de lidar com questões de análise de processo mais avançadas, mesmo quando são baseadas em modelos bastante padronizados”, acrescentou Terwiesch. “Isso inclui fluxos de processo com vários produtos e problemas com efeitos estocásticos, como variabilidade de demanda. ”
Conforme o professor, também impressionado, o resultado "mostra sua capacidade notável de automatizar algumas das habilidades de trabalhadores do conhecimento altamente remunerados em geral e, especificamente, dos trabalhadores do conhecimento nos cargos ocupados por graduados em MBA, incluindo analistas, gerentes e consultores".
O trabalho do professor foi publicado no dia 17 deste mês, e traz elogios não apenas nas respostas lógicas, mas, nos estudos de casos e nas explicações, com respostas muito parecidas com humanas. O desempenho positivo do bot levanta questões não apenas com relação aos benefícios e avanços da tecnologia, mas, especialmente quanto ao seu uso indevido. Recentemente fizemos uma analise sobre o impacto da inteligência artificial no marketing. Contudo, agora, questões morais e éticas devem ser abordadas também.
O MBA do bot acende uma luz aos educadores e instituições que devem se preocupar com possíveis fraudes e uso indevido da inteligência artificial e do próprio ChatGPT, que já pode ser incorporado ao WhatsApp. Apesar do uso da inteligência artifical e de chatbots não ser algo novo, tinha um uso mais específico. Contudo, no final do ano passado, e especialmente no início desse ano, essa tecnologia viralizou no mundo todo e tem sido muito utilizado. O Departamento de Educação da cidade de Nova York já anunciou o banimento do ChatGPT dos dispositivos e redes de suas escolas.
Quem já tem usado a tecnologia na produção de copywriting e textos publicitários, sabe o quanto é difícil distinguir as respostas do bot de humanas. Livros tem sido escritos e publicados utilizando o ChatGPT. Obviamente, alunos não irão descartar o uso dessa tecnologia. Apenas a proibição talvez não seja a melhor solução. Mas, é algo que todos teremos que aprender a lidar, como foi a chegada do smartphones.
Com o impacto na área de marketing e comercial, o provável impacto na educação, e quem sabe futuramente, teremos uma nova relação com a inteligência artificial. Tudo isso ainda soa meio estranho, porém, acredito que fará parte do nosso dia a dia. Ou seja, a tecnologia deve ser aproveitada para o uso educacional e não proibida (a meu ver). Entretanto, num Brasil onde a educação não é lá uma das prioridades, esse será um grande desafio.
Essa não é uma discussão para pedagogos e educadores apenas. Os profissionais, deverão saber lidar com a tecnologia. Conforme disse o professor, "implicações importantes para a educação em escolas de negócios, incluindo a necessidade de políticas de exame, design de currículo com foco na colaboração entre humano e IA, oportunidades para simular processos de tomada de decisão do mundo real, a necessidade de ensinar problemas criativos resolução de problemas, melhor produtividade de ensino e muito mais.” Isso me deixa muito animado com as possibilidades de analises em marketing e processos estratégicos.
E você o que acha disso tudo? Vai acrescentar "domínio com chatbot" em seu currículo? Mande-me sua opinião!
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