Co-branding da Lacoste com a Netflix

O mercado por vezes nos presenteia com maravilhosos co-brandings. Veja este caso!

Foi lançada no dia 12 deste mês, no Brasil, a nova coleção da Lacoste em um incrível co-branding com a Netflix, especialmente com algumas séries, dentre elas, Stranger Things. Essa iniciativa colaborativa não é novidade para nenhuma das marcas, que já fizeram parcerias anteriores. Contudo, não deixa de ser um caso bastante icônico e comemorado, e o ensejo para tratarmos do assunto.

Conforme a dupla Kotler e Keller, "co-branding (também conhecido como dual branding ou brand building): quando duas ou mais marcas conhecidas são combinadas em um único produto ou comercializadas em conjunto de alguma forma." O que se aplica nesta nova coleção, onde no mesmo produto vemos as duas marcas. 

O Co-branding é Uma Boa Estratégia?

Talvez podemos começar a responder a pergunta fazendo outra, qual a motivação para se fazer um co-branding? Acertou se você pensou em maior alcance de público, o que resulta em mais vendas. Dessa forma, a principal vantagem de ações colaborativas assim é que o produto ganha um posicionamento mais forte em virtude das marcas envolvidas. Isso agrega valor de várias formas, dependendo das marcas, especialmente com relação à credibilidade. Foi o caso da Cisco, no final dos anos 90, quando desenvolveu parcerias com Sony, Matsushita e US West para modens com o seu logotipo, para fortalecer sua marca desenvolver o conhecimento do seu nome. As ações elevaram não apenas o conhecimento da marca, mas, fez com que a Cisco ganhasse credibilidade e mais aceitação no mercado.

Outra ação bem-sucedida de co-branding foi da cafeteria Starbucks com o Spotify (aplicativo de streaming musical). As ações, além da propaganda em conjunto, trazia ações dentro da cafeteria, como personalização dos copos, assinatura do Spotify premium para parceiros da Starbucks (nos EUA) e playlists da Starbucks dentro do aplicativo. Note que ambas as marcas já estavam bem estabelecidas no mercado, já tinham o seu público e o seu trabalho próprio de brand equity (gestão da percepção da marca). Dessa forma, as duas marcas puderam se beneficiar da associação, e quando teve fim, não houve prejuízo para nenhuma delas.

Voltando a pergunta do subtítulo, resposta vai depender de alguns fatores, como os citados nos exemplos. Primeiro, a marca com a qual irei me associar trará uma percepção melhor para a minha marca, agregará valor? Se ao final da parceria a percepção da marca for a mesma, talvez seja um sinal negativo. Segundo, a marca com a qual vou me associar tem um trabalho próprio de gestão de marca? E eu tenho da minha marca? Caso você não tenha uma boa gestão da sua marca, pode acontecer que a percepção de sua marca após a parceria seja pior tendo parte dessa percepção diluída no processo (uma condição necessária para o sucesso é que cada uma das marcas tenha uma conscientização de marca adequada e uma imagem suficientemente positiva). E a principal questão, o público consumidor da marca é pertinente? Caso negativo, não faz sentido, pois não resultará em maior faturamento. Ou seja, essa é uma estratégia que deve ser feita com cuidado, mas, quanto bem realizada, traz excelentes frutos.

Todos Saem Ganhando

No caso da Lacoste, o co-branding com a Netflix, além da marca, incluiu ícones das séries com legiões de fãs da plataforma, como Stranger Things, Bridgerton, Lupin, Money Heist, The Witcher, Sex Education, Shadow e Osso e Elite. Essa colaboração trouxe uma maior percepção de valor à coleção de roupas, por serem itens únicos e limitados. Os fãs poderão adquirir as roupas, e como a Lacoste tem uma percepção de produto premium, eleva a sensação de valor das séries e da plataforma de streaming.

Conforme disse Josh Simon, vice-presidente de produtos de consumo da Netflix: “Acreditamos que os produtos podem ser um meio poderoso para contar histórias e a parceria com a Lacoste apresenta uma oportunidade única de misturar os mundos da moda e do entretenimento. Esta coleção é uma maneira atraente e criativa para os fãs expressarem seu amor por nossas histórias e personagens." Opinião mais do que confirmada pela Catherine Spindler, vice-CEO da Lacoste, que disse: "[...] um encontro único entre nossos dois mundos e duas referências globais de criatividade e inovação, ambas com um poder inigualável de reunir comunidades de todas as esferas da vida."


A coleção traz roupas para crianças, jovens e adultos. O trabalho de marketing está sendo realizado com maestria, e pode ser conferido nas redes sociais também. Lembrando que os gestores devem avaliar cuidadosamente qualquer iniciativa de co-branding, buscando a adequação correta de valores, competências e metas, bem como um equilíbrio apropriado de brand equity. Deve haver um planejamento detalhado para legalizar contratos, arranjos financeiros e planos de marketing coordenados. E assim estamos vendo neste caso, com ações coordenadas entre Netflix e Lacoste. Como comparou um executivo da Nabisco, “ceder uma marca é como doar um filho — você quer ter certeza de que tudo sairá perfeitamente bem”. Os arranjos financeiros entre marcas podem variar, embora seja comum o pagamento de taxa de licenciamento e de royalties, que deve ser o caso.

Então, gostou desse co-branding? Conte-nos o que achou. Veja mais clicando nos links abaixo. E honestamente, que venham mais colaborações desse tipo!

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